quarta-feira, 29 de abril de 2015

Apuro os sentidos... e vejo...

Mas vejo apenas o que os meus olhos querem ver.
Vejo a paz na confusão, a bondade em cada não!
Ouço, ouço apenas melodias.
Transformo gritarias, buzinas e correrias,
em suaves passos, em músicas e seus compassos!
Sinto, sinto a solidão no olhar da multidão
e transformo-a num sorriso de gratidão!
Apuro, com o olfato, o odor de um cato…
Sim, porque disso sou capaz
e tudo o resto fica para trás.
E toco um mundo novo, mudo-o.
O mal é apenas algo um pouco temível
mas, com a voz da razão,
cabe-me na palma da mão
e jamais me tocará o coração.
Assim, vou mais além,
Olho-me, sinto, cheiro-me e ouço
Como nunca o fez ninguém…


Ana Paula Costa  

sábado, 25 de abril de 2015

Menina que passa

Vinha cansada de tudo
De tantos caminhos
Tão sem poesia
Tão sem passarinhos
Com medo da vida
Com medo de amar
Quando na tarde vazia
Tão linda no espaço
Eu vi a menina
Que vinha num passo
Cheio de balanço
Caminho do mar

Vinicius de Moraes


terça-feira, 21 de abril de 2015

Celeiro

Nunca partirei
se não guardar
a casa
no alforge

João Manuel Ribeiro, 
Trajectória Inconsútil do Desejo


domingo, 19 de abril de 2015

Curiosidades

O toque identificável dos telemóveis Nokia, ou Nokia tune, é uma frase melódica de uma composição intitulada Gran Vals, do compositor espanhol Francisco Tárrega (1852-1909). 
Certamente, Tárrega nunca imaginaria  que essa melodia, composta em 1902, passasse a ser ouvida em todo o mundo, aproximadamente 1,8 biliões de vezes por dia, cerca de 20000 vezes por segundo!

                            

sábado, 18 de abril de 2015

Amanhã

Já bebi deste dia o luar
já dele consumi o calor
olhei os campos, jardins deste verde mar
e do céu guardei todas as flores.
Não creio que se acabe a minha fortuna
nem que o jardim não volte a florir.
Amanhã volto a beber luar
e o verde mar não terá fim.
Creio no poder das ondas
e na imensidão do céu infinito
na luz das estrelas e no amor.
Amanhã voltarei a beber luar
as flores do meu jardim voltarão a crescer
e o abraço que ontem não tive
terei amanhã.

(Poema de Céu Cruz)


sexta-feira, 17 de abril de 2015

Paz...

Hoje
quero
deitar a minha cabeça
no teu colo
peço que
a afagues
com as tuas mãos
divinas.
Ensina-me
uma oração
que cure as dores da alma
e dá-me
somente um pouco
da tua paz
que não a quero toda.




Música: Elza Seixas
Poema: Maria José Meireles

Música indiana - Ravi Shankar

domingo, 12 de abril de 2015

Céu enfim azul


Estou das tuas mãos
porque foram as únicas
capazes de me lerem
no sentido das nuvens
ou do céu enfim azul
e não me quero noutras 
por enquanto.

Maria José Meireles


sexta-feira, 10 de abril de 2015

Poesia

Em nome da tua ausência
Construí com loucura uma grande casa branca
E ao longo das paredes te chorei.


Sophia de Mello Breyner Andresen (1ª ed, Lisboa, Moraes Editores, 1972), in Obra Poética(Caminho, 2010)





Óleo s/ tela:White House in Sunshine, Ravello, Italy, por ©Margaret Barnard

domingo, 5 de abril de 2015

Páscoa


Feliz Páscoa
Felices Pascuas
Joyeuses Pâques
Happy Easter
Frohe Ostern


sexta-feira, 3 de abril de 2015

Poesia

Intervalo 

Ela não tem depressão 
porque ele partiu 
mas porque ainda não chegou 
outro. 
Ela tem depressão essencial 
para criar. 

(Maria José Meireles)